ARGILA SÍRIA
Fico imaginando a cena; Dezenas de pessoas correndo, homens, mulheres, crianças, idosos, enfim, para onde se olhe, pessoas correm desesperadas sem saber exatamente para onde. Explosões intensas são sentidas, daquelas que fazem o chão tremer a ponto de se perder o equilíbrio e cair. Não se consegue então enxergar direito, pela poeira levantada e pelo crescente desespero que se sente ao ouvir os gritos de dor. As pedras lançadas para todos os lados rebatem no corpo com violência causando lesões que não doem de imediato, mas nos fazem sentir que estamos feridos. Aqui e ali, vultos de corpos estendidos pelo chão, alguns se contorcendo, outros já imóveis sepultados pela lama de pó e sangue. Pensamos naqueles que nos são caros, filhos, pais, amigos, não importa. Nesse momento em que a princípio o instinto de sobrevivência clama atenção, forçosamente nos vem às imagens de nossos mais caros entes. A angústia de ter que decidir para onde ir, para onde correr, onde buscar refúgio se agora