RODA-VIVA, OU RODA-VIDA?
Existem dias em que não estamos satisfeitos com nada! Dias esses em que as horas se arrastam metodicamente. Não concatenamos idéias ou firmamos pensamentos, apenas vagueamos entre um ou outro assunto. Nada nos apetece enfim. Talvez o calor, ou a chuva repentina no final de tarde, ou até mesmo alguma pequena e inexpressíva palavra mal colocada que porventura tenhamos ouvido. Nesse momento, o ideal é sair um pouco da roda. Parar no acostamento, e descer do carro para admirar a paisagem que sobrevive do outro lado em contraste com as loucuras ensandecídas de uma rodovía mortal e cruel. Mas o som ensurdecedor do tráfego sempre encontra uma forma de não nos deixar entreter com a suavidade e a essência do espetáculo a poucos metros de nossa vísta. Temos que literalmente abandonar o carro e caminhar em direção a paisagem marginal. Seguindo alguns bons metros então, deitamos no verde, e observamos o céu. Um vento sopra vindo do horizonte já nebuloso em que nuvens ameaçadoras se reúnem pren