MALDITAS EMBALAGENS BONITAS

Existem pessoas que guardam tudo o que as outras normalmente descartam.  "-sempre se pode fazer algo com isso-" Dizem!
Na verdade, com a revolução industrial, surgiram muitas embalagens que não raramente encantam mais do que os seus conteúdos. Não chega a ser somente uma preocupação com o meio ambiente, mas uma profunda necessidade em se criar algo à partir daquilo que se é descartado. Criaram para isso o nome de "reciclagem".

Tenho combatido constantemente essa obscessão em guardar certos objetos como caixas de cintos, ou aquelas embalagens de bombons de plástico, ou acrílico transparentes. São ótimos para se guardar moedas, ou objetos pequenos, mas se tornam um transtorno quando começam à acumular. Então vem aquele dó de jogar para reciclagem.

Acho que todo mundo tem um sentimento parecido com alguma porcaría que só vai descobrir finalmente o que fazer com aquilo, depois que se livra definitivamente (com dor no coração) do objeto.

Isso me lembra daquele filme "Os deuses devem estar loucos" quando um nativo recebe uma garrafa de coca cola na cabeça que cai de um avião, e passa à cultuar o objeto.
Não é uma questão de materialísmo, afinal, não sou apegado a matéria, tanto que constantemente me descuido dela. Se tenho um carro novo,  e repentinamente aparece um rísco na pintura, não estou nem aí!
Mas se alguém joga fora uma quinquilharía como uma caixa de cintos de acrílico que tenho guardada para fazer não sei o que, eu fico puto!!!!

Dizem que Freud explica!  Explica o quê aquele cocaineiro?

Todo mundo guarda porcarías. Alguns conseguem justificar apelando para a eloquência de sua necessidade de uso qualquer mais tarde, embora esse mais tarde nunca venha a chegar. Outros já utilizam objetos como ornamentos, ou adquirem livros que nunca irão ler, ou acumulam seus pinguíns em geladeiras.
É lógico que existem os exagerados patológicos que entopem a casa de lixo, esses sim, merecem tratamento.

Isso também pode ser classificado naquelas "lembrancinhas" que guardamos de nossos filhos, como mechas de cabelos, roupinhas, brinquedos antigos, alguns até quebrados. Tem até um ator americano que guardou o primeiro cocô de sua filha.

O bom de tudo isso, é que todas essas preocupações, e todas essas angústias se vão logo na primeira mudança de casa.  É nessa hora que muita coisa se quebra, muita coisa se perde, e muita coisa é esquecída quando estamos iniciando uma nova etapa dentro de uma nova casa.

Afinal, não tenho muito o que temer,  pois se guardam e cultuam até hoje aquelas embalagens de múmias encontradas nas pirâmides, e pagam fortunas por aquilo, que mal há em esconder algumas embalagens bonitinhas e que não servem pra nada?

...ou melhor! Podem até servir para alguma coisa sim, mas eu só irei descobrir depois que me livrar delas.

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