DAS PRAÇAS ÀS RUAS




Sim, eu admiro pessoas que tomam posições e as defendem. Admiro ainda mais aquelas que não tem medo de reconhecerem quando erram ou simplesmente questionam a possibilidade de estarem errados! É do ser humano esse propósito.

Leio alguns blogs e colunistas para saber suas opiniões. Não me pauto particularmente por nenhum, tenho minhas próprias convicções e pensamentos. No entanto, observo as respectivas linhas de raciocínio e a forma como argumentam seus pareceres.  Um dos ditos, mais detestáveis e polêmicos colunistas da blogosfera é, sem dúvidas, Reinaldo Azevedo do Portal da Veja on-line!   Criticado exageradamente por todos os outros blogueiros de maioria financiada por dinheiro público e, portanto, de opiniões na carona daqueles a quem representam, Azevedo não está nem aí.  Em blogs ditos esquerdistas que frequentei de amigos meus, era uma constante a "acusação" de ler muito as opiniões dele (Azevedo)  como se isso fosse algum sacrilégio.  Acusavam de forma a tentar criminalizar minhas opiniões.  De desqualificá-las.

Ora...Não sou obrigado a seguir A ou B, mas criar um pensamento C  a partir da junção e compreensão obtidas nos argumentos de A + B. O restante do abecedário passa a ser apenas junções estapafúrdias e politizadas em separado.

Gosto da linha de raciocínio de Reinaldo Azevedo, mas tenho as minhas próprias que discordam dele, embora não publique nada em sua área de comentários já que, muitas vezes, simplesmente não sai. - Direito dele.  Não é censura.  Censura são aqueles de outros blogs financiados com parte do meu dinheiro e que não publicam o que critico.

Esse texto comprido publicado no blog dele hoje expõe sua opinião contrária até dos próprios leitores em sua grande maioria. Teve coragem de fazê-lo e "detalhou" de forma impecável como sempre o faz.

O texto está aqui ;   http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/por-que-eu-digo-nao-1-a-rebeliao-das-massas-ou-dilma-fala-mas-o-quebra-pau-nas-ruas-continua/

Como podem ver, trata-se da opinião dele próprio, não de uma revista ou qualquer outra mídia.  Eu não concordo com sua visão, mas aplaudo sua atitude democrática e pensamento conservador.

Reinaldo Azevedo tem o costume de expôr a nudez de seus opositores. Só cai na deprimência quando critica a forma gramatical daqueles que a ele se opõe.  Afinal de contas, muito pouca gente tem o domínio da língua em sua plenitude. Isso certamente impede muitos brasileiros de expôr suas opiniões livremente.

Então, como não consigo adentrar os domínios dele em sua área de comentários sem ser taxado pelos frequentadores de esquerdopata, petralha, ou outro adjetivo de origem pejorativa. Discordo aqui no meu espaço particular.

MEU CARO AMIGO!  O POVO TEM SIM QUE IR PARA ÀS RUAS!!!!!!

A liberdade de expressão é tão fundamental quanto o direito de ir e vir previsto na constituição. Se o povo fecha caminhos, existem sempre outras opções.  A grandeza da manifestação é que define o tamanho do espaço a ser composto. Como temos visto pelo País, a quantidade enorme da população não caberia em simples praças por maiores que essas fossem.  Sempre haveria de se prejudicar a circulação nas vias do entorno.

O povo é sim direcionado muitas vezes por pessoas não qualificadas ou de interesses obscuros, mas isso não pode e não deve ser motivo para se impedir ou criticar manifestos espontâneos.

Os protestos se definiram a sua espontaneidade a partir do momento que começaram a contrariar até os interesses daqueles que o iniciaram. Contrariaram o interesse daqueles que, de início o apoiaram. Enfim, criou-se e desenvolveu-se de forma e vida própria. Sem comando, sem pauta, sem líderes. Isso é que eu chamo de liberdade de expressão.  Basta verem os protestos e entenderem que o povo já está cansado de tudo isso que está aí.  Não da democracia, é evidente, mas da forma como tratam a nossa democracia.

Não existe democracia onde o voto não é facultativo como venho sempre pregando. Não existe democracia quando as instituições não funcionam ou operam no limite da impunidade.  O desejo de respeito a integridade total é utópico em sua plenitude.  Os defeitos são reais, mas a coragem de corrigi-los  nunca é exposta. Razão essa que impele toda essa multidão cansada e revoltada para as ruas.

Concordo contigo quando diz que não há política sem partidos.  Mas o que fazer quando os tais partidos se mesclam e assumem polaridades apenas com interesses próprios e não os da Nação?  O que fazer quando ficamos diante de discussões obsoletas sobre quem vai ou não vai ganhar uma eleição quando infindáveis problemas sérios ficam relegados a último plano?

Não vejo risco imediato dos protestos descambarem para um generalizado distúrbio civil.  Nosso povo não é  assim....nosso povo só ESTÁ assim!   O caminho entre esse ser e o estar foi calçado durante muitos anos em que esse povo se viu usado, abusado, iludido, enfim, trocado de mãos como moeda podre de negociações provado nessa dança de partidos e conchavos determinados em alianças  com o objetivo claro e único de se perpetuarem no poder.  Nada mais interessa....nem as leis, nem a Constituição, nem a vergonha na cara.

O PT, só está demonstrando isso de foma mais clara.  Não por extrema safadeza, mas por ignorância e ingenuidade. O que outros conseguiam esconder com maestria, o PT não tem competência para fazê-lo. Razão pela qual querem porque querem calar aqueles que lhes criticam, ou impedir as formas de investigação que geralmente apresentam resultados como no caso dessa PEC 37.

Isso somado às propostas de reforma política que cria mecanismos para que se perpetuem no poder.

O povo aos poucos vai perdendo a confiança nas instituições, nos "manejos e articulações", no sistema de votos eletrônicos, mas não no desejo de democracia.  O povo está cansado de VOTAR CERTO e ver tudo errado.

Ás vezes a democracia sofre abalos como qualquer sistema pluralista, mas graças a Deus, também possui meios de se auto-corrigir ao contrário de ditaduras onde o sangue costuma verter em abundância.

Finalizando;   Essas manifestações são saudáveis e devem continuar.  Devem nortear os nossos dirigentes no sentido de que ele podem apenas exercer o poder para o qual foram eleitos e não subjugar ou controlar aqueles que "acham" que dominam.

As famílias devem sair às ruas exibindo suas indignações legítimas que foram expressas nas urnas por aqueles que não se dignaram a  respondê-las.  E não devem ser molestadas em suas justas aspirações, nem por vândalos, nem por baderneiros.  Só precisam ser vistas e ouvidas.


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