TIJOLO ECOLÓGICO - ALGUMAS DICAS IMPORTANTES
Tenho recebido muitas visitas na fábrica, de pessoas interessadas em adquirir máquinas, ou já com elas, tirando suas dúvidas. Fiz então um apanhado de algumas e percebi o quanto tem de pessoas mal intencionadas empurrando estrovengas e tomando o dinheiro de alguns sonhadores em abrir um negócio próprio dentro desse segmento.
Deixo sempre claro que não quero desanimar ninguém. Procuro ser o mais realista e sincero possível. Não vejo outros fabricantes como concorrentes, como já deixei isso claro. Vejo como parceiros, desde que simplesmente façam um produto de qualidade.
A concorrência se restringe apenas aos outros produtos tradicionais no mercado como os blocos de concreto que, na minha opinião, deveria ser somente para a indústria e comércio e não para residências.
Já deixei alguns textos nesse blog a respeito das máquinas e de processos de confecção que fui acompanhando durante os últimos 14 anos em que estou no mercado. Vi muitas fábricas abrirem e fecharem, muitas mesmo! Posso dizer que só estou insistindo por pura convicção e crença, não só no produto, mas no sistema construtivo que, sem sombra de dúvidas, é o mais econômico, saudável, e rápido.
Mas o que tem de gente comprando parafernálias e depois se arrependendo dava para escrever um livro.
Então, eu posso dar algumas dicas que talvez ajudem algumas pessoas a dar um passo um pouco mais seguro e não cair em armadilhas simples como ter na região um solo ruim, ou esbarrar num mercado agressivo que o atropele.
A primeira coisa que se deve verificar antes de qualquer outra é o tipo de solo que se tem na região onde se vai fabricar o solo-cimento. O ideal é o solo mais arenoso com pouca argila. Mas se não for apropriado, tudo bem, sempre se pode corrigi-lo, desde que se tenha ciência de que isso vai representar mais um custo, é óbvio.
O segundo passo é escolher o tipo de equipamento que se vai usar. Sempre aconselho aos iniciantes a começar com máquinas manuais por várias razões muito simples. São mais baratas, praticamente não tem manutenção, produzem muito mais em função de não ficarem paradas para essas mesmas manutenções, enfim, utilizam mão de obra menos qualificadas e mais baratas. Caso o mercado absorva quantidades mais expressivas, aí sim, pode-se optar por equipamentos mais gabaritados, porém, sempre observando certos cuidados como contratar pessoas mais capacitadas e cuidadosas já que determinados equipamentos assim o exigem.
Buscar no mercado parcerias também é muito importante. Construtoras, empreiteiros, até simpatizantes, pois tem seus valores agregados e são importantíssimos.
Questionar à exaustão os fornecedores de equipamentos e não ficar somente no encantamento de ver peças rolando, girando, saltando ou dando piruetas! Muito barulho e movimento significam mais peças para se manter em ordem e consequentemente mais custos operacionais e de manutenção.
Procurar sempre um layout que atenda ao máximo as necessidades do negócio. Tudo deve ter seu espaço e sua destinação próprias. Não dá pra se fabricar dentro de determinados espaços restritos já que é preciso também transportar e estocar tanto o produto como os insumos.
O básico na confecção, tanto em máquinas simples como as mais complexas, se limita em ; preparar o material (mistura) no traço desejado para o destino que lhe for aplicado,. e dosá-lo dentro de câmaras de compressão para a suficiente moldagem e logo depois a cura em umidade extrema.
O traço pode ser a critério de cada função. Um produto que vai ser aparente, deve ter um traço mais reforçado, já um que será emboçado (rebocado) , nem tanto. Porém, um traço que sempre sigo é o de 7 x 1, ou seja; 7 partes de solo arenoso para 1 parte de cimento.
Existem fabricantes de máquinas que jogam lá um cálculo de 10, 15, até 20 x 1 tentando mostrar um lucro maior para quem vai fabricar. Bem...eles querem vender as máquinas. Mas para tudo existe uma lógica. O cimento me representa cerca de 55% do custo de produção. Se usar menos, lógico que terei mais lucro. Se fizer um traço fortíssimo também terei prejuízo. Para tudo deve existir um equilíbrio sensato! Se for demasiadamente para um lado poderá ter surpresas numa vara de processos, se for demasiadamente para o outro a surpresa será na agência bancária. Enfim.
A mistura deve ser bem feita em TRITURADORES. Esqueçam betoneiras que são para produzir concreto e misturadores que são para a confecção de blocos. Os trituradores é que são para o solo-cimento e fim de papo. Mas se querem insistir, vou explicar o porque. Betoneiras são lentas e produzem mais "bolinhas" de terra. A não ser que você queira entrar no ramo de paisagismo competindo com os fabricantes de bolinhas de argila expandida, esqueça. Já os misturadores também são lentos e só serviriam para produtos mais secos ou com granulação mas expressiva. Não servem para o solo-cimento. Fazem muita papa.
Os trituradores trabalham com facas (sem fio) que giram em alta rotação e "explodem" os torrões junto com o cimento. Na primeira passada esse trabalho é feito e, numa segunda operação, acabam por homogenizar o material de forma mais adequada.
E importantíssimo passar então essas duas vezes pelo mesmo processo.
Toda prensa deve ter uma regulagem de altura e outra de dosagem. A primeira pode regular a pressão e força de compactação, já a segunda, a quantidade de material a ser prensado. Isso porque, dependendo da umidade do material, deve-se colocar mais ou menos dentro da câmara.
Prensas hidráulicas exigem cuidados importantes como retentores extras para trocas rápidas, além de constantes observações nos mecanismos e níveis de óleo e radiador. Prensas manuais precisam apenas eventualmente de pequenos reparos como raramente algumas soldas ou embuchamentos ocasionais, porém, o melhor mesmo é a substituição do equipamento por um novo a cada ciclo produtivo a cargo do fabricante.
Já as prensas mecânicas exigem cuidados mais constantes pois funcionam em sistemas de êmbolos e engrenagens. Não tenho conhecimento ainda sobre as pneumáticas.
Cada uma dessas dicas que postei, e que, espero, possam ajudar alguém, tem muitos "macetes" embutidos que obviamente não dá pra descrever aqui. Se quiserem fazer perguntas, podem usar a área de comentários que sempre que puder eu vou ajudar.
Caso queiram também me contatar para parcerias em construções, sigam o mesmo processo na área de comentários. Em solicitações particulares, podem usar o e-mail nosbornar@gmail.com.
Boa sorte a todos!
Deixo sempre claro que não quero desanimar ninguém. Procuro ser o mais realista e sincero possível. Não vejo outros fabricantes como concorrentes, como já deixei isso claro. Vejo como parceiros, desde que simplesmente façam um produto de qualidade.
A concorrência se restringe apenas aos outros produtos tradicionais no mercado como os blocos de concreto que, na minha opinião, deveria ser somente para a indústria e comércio e não para residências.
Já deixei alguns textos nesse blog a respeito das máquinas e de processos de confecção que fui acompanhando durante os últimos 14 anos em que estou no mercado. Vi muitas fábricas abrirem e fecharem, muitas mesmo! Posso dizer que só estou insistindo por pura convicção e crença, não só no produto, mas no sistema construtivo que, sem sombra de dúvidas, é o mais econômico, saudável, e rápido.
Mas o que tem de gente comprando parafernálias e depois se arrependendo dava para escrever um livro.
Então, eu posso dar algumas dicas que talvez ajudem algumas pessoas a dar um passo um pouco mais seguro e não cair em armadilhas simples como ter na região um solo ruim, ou esbarrar num mercado agressivo que o atropele.
A primeira coisa que se deve verificar antes de qualquer outra é o tipo de solo que se tem na região onde se vai fabricar o solo-cimento. O ideal é o solo mais arenoso com pouca argila. Mas se não for apropriado, tudo bem, sempre se pode corrigi-lo, desde que se tenha ciência de que isso vai representar mais um custo, é óbvio.
O segundo passo é escolher o tipo de equipamento que se vai usar. Sempre aconselho aos iniciantes a começar com máquinas manuais por várias razões muito simples. São mais baratas, praticamente não tem manutenção, produzem muito mais em função de não ficarem paradas para essas mesmas manutenções, enfim, utilizam mão de obra menos qualificadas e mais baratas. Caso o mercado absorva quantidades mais expressivas, aí sim, pode-se optar por equipamentos mais gabaritados, porém, sempre observando certos cuidados como contratar pessoas mais capacitadas e cuidadosas já que determinados equipamentos assim o exigem.
Buscar no mercado parcerias também é muito importante. Construtoras, empreiteiros, até simpatizantes, pois tem seus valores agregados e são importantíssimos.
Questionar à exaustão os fornecedores de equipamentos e não ficar somente no encantamento de ver peças rolando, girando, saltando ou dando piruetas! Muito barulho e movimento significam mais peças para se manter em ordem e consequentemente mais custos operacionais e de manutenção.
Procurar sempre um layout que atenda ao máximo as necessidades do negócio. Tudo deve ter seu espaço e sua destinação próprias. Não dá pra se fabricar dentro de determinados espaços restritos já que é preciso também transportar e estocar tanto o produto como os insumos.
O básico na confecção, tanto em máquinas simples como as mais complexas, se limita em ; preparar o material (mistura) no traço desejado para o destino que lhe for aplicado,. e dosá-lo dentro de câmaras de compressão para a suficiente moldagem e logo depois a cura em umidade extrema.
O traço pode ser a critério de cada função. Um produto que vai ser aparente, deve ter um traço mais reforçado, já um que será emboçado (rebocado) , nem tanto. Porém, um traço que sempre sigo é o de 7 x 1, ou seja; 7 partes de solo arenoso para 1 parte de cimento.
Existem fabricantes de máquinas que jogam lá um cálculo de 10, 15, até 20 x 1 tentando mostrar um lucro maior para quem vai fabricar. Bem...eles querem vender as máquinas. Mas para tudo existe uma lógica. O cimento me representa cerca de 55% do custo de produção. Se usar menos, lógico que terei mais lucro. Se fizer um traço fortíssimo também terei prejuízo. Para tudo deve existir um equilíbrio sensato! Se for demasiadamente para um lado poderá ter surpresas numa vara de processos, se for demasiadamente para o outro a surpresa será na agência bancária. Enfim.
A mistura deve ser bem feita em TRITURADORES. Esqueçam betoneiras que são para produzir concreto e misturadores que são para a confecção de blocos. Os trituradores é que são para o solo-cimento e fim de papo. Mas se querem insistir, vou explicar o porque. Betoneiras são lentas e produzem mais "bolinhas" de terra. A não ser que você queira entrar no ramo de paisagismo competindo com os fabricantes de bolinhas de argila expandida, esqueça. Já os misturadores também são lentos e só serviriam para produtos mais secos ou com granulação mas expressiva. Não servem para o solo-cimento. Fazem muita papa.
Os trituradores trabalham com facas (sem fio) que giram em alta rotação e "explodem" os torrões junto com o cimento. Na primeira passada esse trabalho é feito e, numa segunda operação, acabam por homogenizar o material de forma mais adequada.
E importantíssimo passar então essas duas vezes pelo mesmo processo.
Toda prensa deve ter uma regulagem de altura e outra de dosagem. A primeira pode regular a pressão e força de compactação, já a segunda, a quantidade de material a ser prensado. Isso porque, dependendo da umidade do material, deve-se colocar mais ou menos dentro da câmara.
Prensas hidráulicas exigem cuidados importantes como retentores extras para trocas rápidas, além de constantes observações nos mecanismos e níveis de óleo e radiador. Prensas manuais precisam apenas eventualmente de pequenos reparos como raramente algumas soldas ou embuchamentos ocasionais, porém, o melhor mesmo é a substituição do equipamento por um novo a cada ciclo produtivo a cargo do fabricante.
Já as prensas mecânicas exigem cuidados mais constantes pois funcionam em sistemas de êmbolos e engrenagens. Não tenho conhecimento ainda sobre as pneumáticas.
Cada uma dessas dicas que postei, e que, espero, possam ajudar alguém, tem muitos "macetes" embutidos que obviamente não dá pra descrever aqui. Se quiserem fazer perguntas, podem usar a área de comentários que sempre que puder eu vou ajudar.
Caso queiram também me contatar para parcerias em construções, sigam o mesmo processo na área de comentários. Em solicitações particulares, podem usar o e-mail nosbornar@gmail.com.
Boa sorte a todos!
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