COMPLEXIDADE PARALIZANTE
Uma das inúmeras coisas que não entendo é a sempre questão de se continuar tropeçando nas mesmas pedras sem retirá-las do caminho. Uma dessas pedras que atravancam o crescimento do nosso país, é justamente a tal CLT. Muito se fala em flexibilização, muito se tem discutido e nada tem sido feito nesse sentido. Acho um absurdo ainda termos que nos sujeitar à regras tão antigas num mercado globalizado em que a competição exige a cada dia mais dinamismo e competência.
É certo de que a mão-de-obra tem que ser sim, valorizada. O funcionário, na minha opinião, é um bem maior da empresa. Passaram a chamá-lo de colaborador, mas ficou só por ai.
Vemos empresas que exploram a mão-de-obra, é certo, mas também existem aquelas que querem melhorar a situação de seus empregados e não veem como isso possa ser possível sem afrontar alguns artigos da CLT. Quando o fazem, acabam por se arriscar a perder todo o patrimônio em função de processos movidos pelo "colaborador" que resolveu não mais colaborar!
Eu mesmo já fiz uma experiência nesse sentido. Quando no início de uma pequena empresa em que só poderia contratar mão-de-obra sem nada oficializado, seguindo inclusive um conselho dado por um membro do SEBRAE....Eu sei!!! Para todos os efeitos esse "conselho" nunca existiu, mas que o fato foi real, isso foi.
Mas aconteceu dessa forma. Tínhamos à época, 4 funcionários que recebiam em torno de 30,00 por dia com pagamentos semanais. O salário mínimo girava em torno de uns quatrocentos e poucos e já de cara pagávamos num mês de 22 dias úteis, os 660,00 mais atuais. Não haviam benefícios como férias e décimo terceiro, etc. Tanto que os que contratávamos não tinham qualquer especialização, mas não precisávamos disso. A produção corria então como acontece em todo lugar. Sem muita motivação e sempre correndo o risco de sermos acionados.
Só que estudando e equacionando as possibilidades junto com as necessidades dos dois lados, cheguei até eles e fiz uma proposta. Se houvesse a produção mínima no dia (estipulada numa faixa "aceitável" por eles próprios e não por mim), tudo o que pudesse ser produzido a seguir, dentro do horário normal, seria considerado como PRODUÇÃO EXTRA!!!
Nada a ver com hora extra, mas sim, diretamente com o conteúdo produzido.
Segundo o fabricante dos equipamentos que utilizávamos, com apenas 3 funcionários era possível produzir 2000 unidades/dia, ou seja, cerca de 666 unidades/ funcionário.
Eu sempre tinha problemas com atrasos deles, problemas com desânimo causado pela falta de incentivo, e também alguns desperdícios como qualquer empresa enfrenta. Tudo passou a mudar então.
Os produtos fabricados de acordo com as instruções dos fornecedores de equipamentos sofriam um custo operacional na mão-de-obra de 45,00 a cada mil peças. Eu quase nunca via terminarem a cota. Sempre alegavam ser muito difícil, enfim, quase impossível de atingir essa meta básica diária. Ficavam oscilando entre 1700...1800 unidades para um grupo de 3.
Quando implantamos esse "acordo" tudo mudou. Minha proposta foi de que se fizessem a quantia básica do dia, tudo o que fabricassem posteriormente respeitando o horário de funcionamento, teriam então um acréscimo de 0,10 por peça produzida.
Como que por mágica, a produção diária alcançava níveis espetaculares. Não havia mais desperdício, não havia mais atrasos, não havia mais desânimo. Todos trabalhavam felizes e ganhavam muito bem.
A média básica antes inalcançável de 2000/dia, pulou para os agora alcançáveis 3.500 em média. Algumas vezes alcançavam até os 4.000, embora eu tenha que ficar a contê-los muitas vezes pelo ímpeto em trabalharem.
Com isso, além dos 660,00 recebidos mensalmente, ainda recebiam em média mais 1.100,00 desse esfôrço entusiástico que afinal, nem lhes parecia cansar.
Resumindo; foi um período fantástico em que todos ficaram felizes, até o momento em que fui alertado de que; se algum deles entrasse na justiça reivindicando seus "direitos" trabalhistas com base na CLT eu estaria lascado. Com efeito. Eu não poderia mais arriscar. O jeito foi ter que parar com esse procedimento.
A equipe se desmotivou tanto que acabaram todos saindo logo depois que foram registrados com todos os direitos etc... !
Nenhum deles me processou. Até hoje me são gratos por aquele período em que conseguiram conquistar muitas coisas. Mas o que nos atrapalhou....o que nos interrompeu um ciclo extremamente produtivo e feliz, foi a porra dessa CLT que, a meu exemplo, também atravanca o setor produtivo desse País.
Acho que todo empresário, grande, médio, ou pequeno, tem que mudar de mentalidade no que se refere aos seus colaboradores. Os colaboradores por sua vez, também devem buscar acordos que lhes sejam justos. Enquanto houver essa disputa...essa sanha em buscar apenas o lucro mais fácil, essa luta entre classes irá continuar renhida. Com tantos perdendo e ninguém ganhando. É só ver a quantidade de processos trabalhistas escorados em legislação obtusa pretensamente protetora mas profundamente castradora do progresso. É como a figura dos dois burros amarrados cada qual se esforçando inutilmente em se alimentar do capim oposto.
Esse desabafo foi mais para mostrar que podem sim, existir caminhos e alternativas. Mas é preciso que se ponha a mão na consciência (somente para aqueles que a tem) e deixem aflorar a simplicidade onde foi criada propositadamente a complexidade paralisante!
É certo de que a mão-de-obra tem que ser sim, valorizada. O funcionário, na minha opinião, é um bem maior da empresa. Passaram a chamá-lo de colaborador, mas ficou só por ai.
Vemos empresas que exploram a mão-de-obra, é certo, mas também existem aquelas que querem melhorar a situação de seus empregados e não veem como isso possa ser possível sem afrontar alguns artigos da CLT. Quando o fazem, acabam por se arriscar a perder todo o patrimônio em função de processos movidos pelo "colaborador" que resolveu não mais colaborar!
Eu mesmo já fiz uma experiência nesse sentido. Quando no início de uma pequena empresa em que só poderia contratar mão-de-obra sem nada oficializado, seguindo inclusive um conselho dado por um membro do SEBRAE....Eu sei!!! Para todos os efeitos esse "conselho" nunca existiu, mas que o fato foi real, isso foi.
Mas aconteceu dessa forma. Tínhamos à época, 4 funcionários que recebiam em torno de 30,00 por dia com pagamentos semanais. O salário mínimo girava em torno de uns quatrocentos e poucos e já de cara pagávamos num mês de 22 dias úteis, os 660,00 mais atuais. Não haviam benefícios como férias e décimo terceiro, etc. Tanto que os que contratávamos não tinham qualquer especialização, mas não precisávamos disso. A produção corria então como acontece em todo lugar. Sem muita motivação e sempre correndo o risco de sermos acionados.
Só que estudando e equacionando as possibilidades junto com as necessidades dos dois lados, cheguei até eles e fiz uma proposta. Se houvesse a produção mínima no dia (estipulada numa faixa "aceitável" por eles próprios e não por mim), tudo o que pudesse ser produzido a seguir, dentro do horário normal, seria considerado como PRODUÇÃO EXTRA!!!
Nada a ver com hora extra, mas sim, diretamente com o conteúdo produzido.
Segundo o fabricante dos equipamentos que utilizávamos, com apenas 3 funcionários era possível produzir 2000 unidades/dia, ou seja, cerca de 666 unidades/ funcionário.
Eu sempre tinha problemas com atrasos deles, problemas com desânimo causado pela falta de incentivo, e também alguns desperdícios como qualquer empresa enfrenta. Tudo passou a mudar então.
Os produtos fabricados de acordo com as instruções dos fornecedores de equipamentos sofriam um custo operacional na mão-de-obra de 45,00 a cada mil peças. Eu quase nunca via terminarem a cota. Sempre alegavam ser muito difícil, enfim, quase impossível de atingir essa meta básica diária. Ficavam oscilando entre 1700...1800 unidades para um grupo de 3.
Quando implantamos esse "acordo" tudo mudou. Minha proposta foi de que se fizessem a quantia básica do dia, tudo o que fabricassem posteriormente respeitando o horário de funcionamento, teriam então um acréscimo de 0,10 por peça produzida.
Como que por mágica, a produção diária alcançava níveis espetaculares. Não havia mais desperdício, não havia mais atrasos, não havia mais desânimo. Todos trabalhavam felizes e ganhavam muito bem.
A média básica antes inalcançável de 2000/dia, pulou para os agora alcançáveis 3.500 em média. Algumas vezes alcançavam até os 4.000, embora eu tenha que ficar a contê-los muitas vezes pelo ímpeto em trabalharem.
Com isso, além dos 660,00 recebidos mensalmente, ainda recebiam em média mais 1.100,00 desse esfôrço entusiástico que afinal, nem lhes parecia cansar.
Resumindo; foi um período fantástico em que todos ficaram felizes, até o momento em que fui alertado de que; se algum deles entrasse na justiça reivindicando seus "direitos" trabalhistas com base na CLT eu estaria lascado. Com efeito. Eu não poderia mais arriscar. O jeito foi ter que parar com esse procedimento.
A equipe se desmotivou tanto que acabaram todos saindo logo depois que foram registrados com todos os direitos etc... !
Nenhum deles me processou. Até hoje me são gratos por aquele período em que conseguiram conquistar muitas coisas. Mas o que nos atrapalhou....o que nos interrompeu um ciclo extremamente produtivo e feliz, foi a porra dessa CLT que, a meu exemplo, também atravanca o setor produtivo desse País.
Acho que todo empresário, grande, médio, ou pequeno, tem que mudar de mentalidade no que se refere aos seus colaboradores. Os colaboradores por sua vez, também devem buscar acordos que lhes sejam justos. Enquanto houver essa disputa...essa sanha em buscar apenas o lucro mais fácil, essa luta entre classes irá continuar renhida. Com tantos perdendo e ninguém ganhando. É só ver a quantidade de processos trabalhistas escorados em legislação obtusa pretensamente protetora mas profundamente castradora do progresso. É como a figura dos dois burros amarrados cada qual se esforçando inutilmente em se alimentar do capim oposto.
Esse desabafo foi mais para mostrar que podem sim, existir caminhos e alternativas. Mas é preciso que se ponha a mão na consciência (somente para aqueles que a tem) e deixem aflorar a simplicidade onde foi criada propositadamente a complexidade paralisante!
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