QUANDO UM PEIDO, É A SALVAÇÃO!

Ontem à noite, minha filha me lembrou de um fato que lhe contei ocorrído no final dos anos 70.
Eu trabalhava como oficce-boy na sede das Indústrias Votorantim, que éra (não sei se ainda é) naquele prédio velho, atrás do Teatro Municipal, na Praça Ramos de Azevedo.
Nessa epoca da juventude, me designaram para uma tarefa do tipo "pau-pra-toda-obra" como os office-boys eram, ou ainda são considerados.
Limpar um escritório que não funcionava há muitos anos. Bem...Pelo estado que encontrei, acho que deve ter sido usado na época do império. Só tinha receio de encontrar algum esqueleto nos armários. Mas ao invés disso, e fora um monte de papéis sem importância, a não ser para os interesses nostálgicos de algum empresário que trabalhou alí, encontrei escondido em um canto do enorme armário que ocupava toda a parede, um singélo "vidro de perfume". Colônia Rajá, estava escrito no rótulo.
Nenhuma outra informação. Um daqueles vidros com um líquido verde dentro, que nos "esfola" a moderação da curiosidade, e nos "catapulta" á ao menos dar uma "despretenciosa "cheiradinha".
BEm...O cheiro era enlouquecedor. Uma mistura de tudo o que os ambulantes na época vendíam de forma mais para fugir da vigilância sanitária, do que da fiscalização comum.
Aposto, que nem sequer aquelas "revistinhas" pornográficas disfarçadas dentro de revistas comuns que eram "passadas" aos ávidos jovens na época, eram tão fiscalizadas quanto o conteúdo "morfético" que exalou daquele pequeno ofifício quando levantei aquela "rolhinha".
Bem...Passada aquela sensação de que literalmente caí numa armadilha, guardei aquele frasco numa caixa, e levei para o setor onde trabalhava. Chegando lá, coloquei (como me arrependo disso) o maldíto vidro no armário onde eu guardava minhas coisas.
Talvez fosse melhor enviar para uma análise no instituto Adolf Lutz, mas pelo vísto, aquilo já provavelmente passara com louvor no instituto Adolf Hitler.
Mas cagada é cagada, e não adianta fugir. É como acidente aéreo. Uma sucessão de erros, e pronto.
Ainda me lembro da porta do armário se abrindo, e o vidro adernando e "saltando" no pequeno espaço vazío de um metro, rumo ao piso (infelizmente extremamente dúctil) daquela sala.
Segundo a lei da pôrra do Murphy, não deu outra.
Quase fui demitido por "impestear" o departamento de geología inteirinho, e alguns adjacentes.
Como estava em cima da hora de "bater cartão", minha "epopéia" ficou a cargo de ser solucionada a contento, pela equipe de faxineiros noturna. (Talvez amanhececem todos alí "mortos")
Mas boy, é boy, e a própria música do Kid Viníl, já exemplifica bem as características.
Todos tem aqueles "amigos" para todas as horas. Inclusive esta.
Amigos do peito, mas se voce não se cuidar, também da bunda.
Um deles pegou o fundo do vidro que estava num canto, e que ainda servía de "receptáculo" para uns dedos daquela coisa sobrenatural, e me JOGOU NO PEITO aquele filho da puta.
Fui bater o meu cartão um pouquinho mais tarde. Desci pelas escadas, e saí sorrateiramente pelo estacionamento. Não podía me arriscar sequer a ser avistado, pelos senhores da "Rota", pois talvez me achassem um terrorísta ou coisa parecida.
Andei um pouco pelas ruas para tomar um ar, e ajudar outros a VALORIZAREM o saudável ar de São Paulo na hora do Rush!
Mas não tinha jeito. Aquela merda de algum camelô enlouquecído, ficou empregnada.
Tinha que pegar o ônibus...Sim!!!! O ÔNIBUS.
O jeito foi fazer "cara de mau", e enfrentar um futuro promissor linchamento!
Cheguei abaixo do Largo Paissandú, e desci até a Pça do Correio. Ví aquelas filas enormes, e me posicionei como o prímeiro na segunda fila. Não sei se ainda é assim. Naquela época, quando a fila tava muito cheia, a gente podia escolher começar outra, só para poder ter OPÇÕES de sentar, e eu precisava mesmo me sentar bem no fundo, atrás da porta de entrada. Quem sabe assim, chegássemos todos vivos no destino.
Entrei, sentei, e FINGÍ dormir. Foi extremamente difícil, pois bastava ouvir os comentários, e perceber o espaço vago do meu lado, para dar aquela vontade de rir, e mandar tudo a merda.
Alguém então fez uma coisa maravilhosa. Algo que ao menos minimizou pensamentos assassínos naqueles que dizíam que ERA AQUELE QUE TAVA DORMINDO LÁ NO FUNDO!!!
Ele disse bem alto...! "ALGUÉM AÍ PODE FAZER O FAVOR DE SOLTAR UNS PEIDOS?????"
Foi uma gargalhada geral. Isso me deu uma câimbra no maxilar tentando não rir também.
Descí uns tres pontos antes do destino (não convinha arriscar).
Ainda me lembro do veículo se distanciando na av Imirim na Zona Norte, com as luzes acesas, e carregando quarenta e poucas almas "dopadas" e felízes.

Alguém aí conhece a FAMOSA colônia RAJÁ??? Ligue 190.

Comentários

  1. HAHAHAHAHAHHAHHAAH, pai sempre que leio isso eu morro de rir, alguem ai faz o favor de soltar um peido, eu só não sabia que eles sabiam que era você o culpado daquele ambiente agradável.
    uaheuhhuaehauehaue, pai só você mesmo viu?
    te amo ^^

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  2. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK... Robson, essa história nunca vai deixar de render boas risadas, ela é ótima!!! Só fiquei curiosa por identificar esse cheiro. Nossa, como pode ser tão ruim assim? Cheirava o que isso?

    Como é bom gargalhar, né? kkkkkkkkkkk
    Valeu! Beijos

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